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RAINHA DE COPAS | Entrevista com o ator Gustav Lindh

Atualizado: 27 de fev. de 2021


O ator sueco Gustav Lindh | Foto: Divulgação (Arteplex Filmes)

“Só trabalhei com esse personagem e não pensei nele como sendo uma vítima ou não”, afirma o ator sueco Gustav Lindh sobre o seu processo de construção para o papel de seu xará no filme dinamarquês Rainha de Copas (2019), que estreia nesta quinta (12). No longa de May el-Toukhy, ele é Gustav, um jovem que vai morar com seu pai Peter (Magnus Krepper) na Dinamarca, depois de diversos problemas em Estocolmo, na Suécia, onde mora com mãe. No entanto, o enteado da protagonista Anne (Trine Dyrholm) se envolve com a renomada advogada em uma complexa relação que tem consequências devastadoras.

O ator esteve no Brasil, a convite do Instituto Cultural da Dinamarca (ICD) e da distribuidora Arteplex Filmes, para a pré-estreia da produção em São Paulo, na última sexta (6). Em sua rápida passagem por aqui, Gustav Lindh respondeu às perguntas do NERVOS sobre como entrou no projeto, a criação do personagem, a recepção do público e mais detalhes que você confere a seguir.

 

Você tem sido considerado uma revelação na dramaturgia sueca nos últimos anos. Mas como você foi escolhido na seleção de elenco ou convidado para participar neste filme na Dinamarca?

Gustav Lindh: Eu recebi um e-mail da minha agente. Ela me disse sobre este projeto, me deu a sinopse e me disse o tema que iríamos tocar. E recebi muitas cenas que eu poderia mandar no vídeo para o projeto e, então, fiz isso e mandei para a Dinamarca. Aparentemente, eles gostaram do que viram. Eles me levaram de avião pra lá e eu tive uma química com a Trine [Dyrholm] e a May [el-Toukhy], nossa diretora, e, obviamente, depois disso, eu peguei o papel. Isso foi por volta de 2017, então estou envolvido nisso há um bom tempo.

O público sabe que o Gustav tem um passado delinquente, mas o filme não revela muito sobre isso. Então, como foi o seu processo para construir o personagem a partir disso?

Bem, eu fiz a história pregressa – eu sempre tento fazer isso – e nós realmente tentamos fazer o personagem tão interessante e complexo quanto fosse possível. E em uma colaboração muito próxima com a May, nós entramos na vida inteira dele, como uma linha do tempo: onde ele estava quando Peter foi embora deixando essa marca da falta paterna, como foram seus anos de adolescência, enfim, sua vida inteira até onde o encontramos no filme. Então, fui realmente muito sortudo de poder trabalhar por um bom tempo antes de começarmos a filmar. Realmente, me senti preparado para ir nesse processo.

O fato de o filme tocar em um assunto tão delicado chegou a lhe assustar?

Não. Como ator, eu procuro por esses tipos de papéis desafiadores. Por minhas mãos em algo desafiador, interessante e complexo como este é realmente um sonho se tornando realidade. Então não fiquei nem um pouco assustado; só fiquei muito animado.

Quais cuidados e pesquisa você teve de fazer para abordar a questão do abuso?

Eu só trabalhei com esse personagem e não pensei nele como sendo uma vítima ou não. Apenas tentei fazê-lo o mais honesto e verdadeiramente possível e, você sabe, só tentei de fato me entregar para estar na situação que ele estava passando.

Neste sentido, como foi trabalhar com a Trine Dyrholm nesta complexa relação que seus personagens estabelecem da sedução à perversidade?

Trabalhar com ela foi realmente incrível, do começo ao fim. Ela é uma das grandes atrizes em atividade atualmente, eu acho. Nós nos tornamos grandes amigos e ela é uma grande mentora para mim hoje. Nós verdadeiramente desenvolvemos uma grande amizade e estou muito orgulho da nossa colaboração conjunta.

E como o público na Dinamarca, no Festival de Sundance e por todo mundo tem reagido ao filme?

Tem sido muito positivo. É realmente muito legal como um filme tão complexo e desafiador está ressoando tão bem com o público na Dinamarca, Suécia e de todo o mundo. E as plateias em Sundance e Gotemburgo ficarem vidradas por um filme como este... Nós estamos muito felizes e orgulhosos.

O que você pode adiantar sobre seus próximos projetos?

Tenho algumas coisas para lançar e estou muito animado para tentar encontrar mais papéis desafiadores para trabalhar. E não sei, temos que esperar e ver o que acontece.

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