Repescagem musical 2018 | Descobrindo os sete mares
Atualizado: 24 de fev. de 2021
2018 já acabou, mas se o ano foi tão agitado que muita coisa acabou passando batida pelos nossos olhos, o NERVOS resolveu fazer uma repescagem daquilo que se sobressaiu em nossos ouvidos. Não se trata de uma lista de melhores e sim de um breve panorama de alguns destaques entre as revelações musicais – descobertas tardiamente ou não pela nossa editora Nayara Reynaud – e discos lançados no período. Dos brasileiros Jaloo, Pratagy, Mahmundi e Baco Exu do Blues aos internacionais H.E.R., Her e Ghetts, suas obras marcam, de maneira implícita ou explícita, um ano de autoafirmação, seja em termos raciais, de gênero ou regionais, como é possível ler e ouvir a seguir:
Nome completo: Jaime Melo Maciel Júnior
Nome artístico: Jaloo
Data de nascimento: 06/09/1987
Local de origem: Castanhal, Pará, Brasil
Veículo (ou como chegou até nosso conhecimento): trailer do filme Paraíso Perdido (2018)
Se o pop brasileiro hoje usa com orgulho os sons do brega, arrocha e outros estilos regionais com uma pegada eletrônica, ouvida nos hits de Pabllo Vittar e usada por nomes mais novos como o paulista Jão e a gaúcha Luísa Sonza, é porque, no início desta década, a paraense Gaby Amarantos abriu os caminhos do tecnobrega para todo o país e o trio goiano da Banda Uó fez o gênero ser valorizado na cena indie nacional. É diretamente destas raízes do Pará que vem uma das vozes mais autênticas nessa mistura genuinamente brasileira que soa internacional, mas que ainda não recebe a atenção proporcional à qualidade de sua produção – e fica aqui o mea culpa pessoal, por só conhecer o cantor, produtor e músico Jaloo este ano, por conta de sua outra faceta artística, ao me intrigar já no trailer de Paraíso Perdido, filme de Monique Gardenberg em que ele atua.
O jovem Jaime de Castanhal, cidade da Região Metropolitana de Belém, no Pará, começou a sua carreira em 2010 e, ao mesmo tempo em que Gaby Amarantos e a Banda Uó ascendiam nacionalmente, o então DJ Jaloo fazia essa mistura de um jeito mais óbvio, com mashups e remixes de músicas brasileiras com hits internacionais. Nas suas mãos, por exemplo, Pretin, da rapper brasiliense radicada em São Paulo, Flora Matos, se juntou a Trouble Again, à world music da britânica nascida no Sri Lanka, M.I.A., e se transformou em Trouble Pretin. Mas é do synth pop e art pop de Grimes, artista canadense que ele chegou a mesclar com a funkeira fluminense MC Carol no mashup Oblivion Loló, que vem sua uma das suas maiores influências internacionais, enquanto é possível escutar da música paraense a divas que usaram a música eletrônica de jeito mais pop como a norte-americana Lady Gaga ou vanguardista e folclórica como a islandesa Björk em Insight e Chuva, tecnobrega com trap em PaParará, o funk carioca e sonoridade árabe e indiana, como em Fluxo –, e até da MPB de Caetano Veloso em A Cidade, entre muitas outras nuances nas faixas de seu EP Insight (2014) e do álbum #1 (2015).
Seu indie pop brasileiro o levou para o Lollapalooza Brasil de 2017 e seu visual que, especialmente nesta fase inicial, frisava suas raízes indígenas com certa androgenia lhe garantiu o papel ideal em Paraíso Perdido, como Ímã, neto do personagem de Erasmo Carlos que mostra a sua voz como drag queen. O destaque nas telonas em 2018 veio junto com o lançamento de três singles: Say Goodbye, com a DJ paulista BADSISTA; Céu Azul, no qual canta junto com a funkeira paulistana MC Tha o samba eletrônico e a homenagem aos musicais televisivos dos anos 1970; e faz uma nova versão de Cira, Regina e Nana, com o próprio músico baiano Lucas Santtana. Essas amostras de seu próximo trabalho, o álbum ft (2019), cujo conceito do “feat” é levado à risca nas colaborações com artistas, produtores e compositores.
Nome completo: Leonardo Mateus Pratagy Pinto
Nome artístico: Pratagy
Data de nascimento: 05/01/1995
Local de origem: Belém, Pará, Brasil
Veículo (ou como chegou até nosso conhecimento): flow diário personalizado da Deezer
Ainda nessa de fazer o pop nacional beber de influências regionais, foi o single mais legitimamente paraense de Pratagy, Búfalo, que chamou a atenção para o trabalho solo do jovem Leonardo Pratagy, de Belém do Pará. O adolescente que largou o violoncelo, que aprendia desde criança, para tocar baixo elétrico, formou a banda de rock psicodélico Zeromou com amigos de escola em 2011. Mas somente cinco anos depois que o músico se arriscou em seu primeiro trabalho solo, Pictures (2016), sem sair do outro projeto.
As sete faixas dele, mesmo número do sucessor mais afirmativo, Búfalo (2017), trazem canções pop em português e algumas em inglês mais alinhadas a novos nomes da MPB, a exemplo dos fluminenses Cícero e Rubel, do que necessariamente aos destaques da parada do gênero; mas destes, ele empresta e investe em uma pegada mais synth pop de suas letras românticas, tal qual o capixaba Silva. É neste caminho que ele prossegue em seu novo EP Voo e Mansidão (2018), mas abraçando ainda mais uma sonoridade oitentista ou de ressignificação do funk melody dos anos 1990 como faz a carioca Mahmundi – como falaremos mais a frente – como em Paraíso, Noite Adentro e Voo e Mansidão. Ainda sim, é na faixa final, Pensando em Você Demais, que Pratagy mostra que não desapega de suas raízes paraenses, mesmo ao entregar um puro indie pop.
Nome completo: Gabriella "Gabi" Wilson
Nome artístico: H.E.R.
Data de nascimento: 27/06/1997
Local de origem: Vallejo, Califórnia, Estados Unidos
Veículo (ou como chegou até nosso conhecimento): indicações ao Grammy 2019
Há algo de intrigante não apenas na alcunha que a jovem californiana Gabriella Wilson adotou como nome artístico, no enigmático H.E.R. com o qual se escondeu durante o início da divulgação de sua carreira profissional em 2016, mas no próprio R&B que cria em seu trabalho. Filha de mãe filipina e pai afro-americano, ela chamou a atenção ainda aos 12 anos, fazendo cover da Alicia Keys no programa televisivo matinal Today Show. Mas foi aos 19 que lançou o primeiro de vários EP’s, com o H.E.R. Volume 1 (2016) sendo compilado junto com o H.E.R. Volume 2 (2017) no disco autointitulado H.E.R. (2017), que concorre a Melhor Álbum do Ano nesta 61ª edição do Grammy, no qual a cantora concorre em mais quatro categorias.
Afirmando ser “uma voz para mulheres que se sentem sozinhas” nas situações que descreve em suas letras sentimentais, ela usa o H.E.R. para ressaltar sua música a frente de sua própria imagem, já que acredita ser esta a era de anti-estrelismo. E é justamente o seu R&B contemporâneo climático, com influência do trap, que se destaca no trabalho dessa artista, estando ao lado de Frank Ocean e outras cantoras que estão à frente da cena atual, como Solange, SZA e Ella Mai, embora remetesse a uma reimaginação de nomes femininos que levaram o gênero a parada pop nos anos 1990, como Brandy, Monica e Aaliyah. No entanto, com os EP’s lançados em 2018, I Used To Know Her: The Prelude e I Used To Know Her: Part 2, suas canções e produções ganharam um corpo que revelam mais suas raízes em um R&B mais alternativo ou experimental de Erykah Badu e ecoando até um pouco de Lauryn Hill no incrível slam com que abre Lord Is Coming.
Nome do duo: Her
Integrantes: Victor Solf e, postumamente, Simon Carpentier
Ano de formação: 2015
Local de origem: Rennes, Ille-et-Vilaine, França
Veículo (ou como chegou até nosso conhecimento): flow diário personalizado da Deezer
Se a H.E.R. deseja falar por elas, os franceses do Her também queriam exaltá-las e decidiram colocar tal nome em seu projeto de soul eletrônico. Quando Simon Carpentier voltou de um intercâmbio nos Estados Unidos, reencontrou o alemão Victor Solf no liceu de Rennes, aos 16 anos, o primeiro fruto foi o grupo de eletropop The Popopopops, que durou de 2007 a 2013. Foi dois anos depois que surgiu o duo e, se nesta formação há sempre a responsabilidade de ambas das duas partes se tornarem uma unidade musical, com a morte do melhor amigo e colega de banda – Simon, que já havia sido diagnosticado com câncer em 2010, faleceu em agosto de 2017, com aos 27 anos de idade –, Victor teve o desafio de manter o espírito de ambos para lançar o álbum homônimo Her (2018), em março passado e realizar a sua turnê.
Não por menos, é com We Choose, primeira música escrita por eles, que se inicia o disco de estreia, depois de uma série de EP’s, sendo metade delas com gravações ao vivo de suas músicas e até uma versão de A Change is Gonna Come, de Sam Cooke. O feminismo na alcunha também estava em seus principais singles e seus videoclipes, como a guerreira do vídeo de Swin, quase como uma Joana D’Arc bergmaniana, ou nas facetas de uma mesma mulher do primeiro hit deles, Five Minutes.
Seu som desafia categorizações rígidas, com uma espécie de eletrofunk soul pop, que se torna um pouco mais roqueiro nas apresentações ao vivo e traz até o hip hop na faixa On & On, que tem a participação do rapper Belga Roméo Elvis – trazendo rimas em francês em um álbum todo em inglês – e da banda de rock alemão AnnenMayKantereit. A associação mais rápida que é feita, especialmente a partir dos singles, é com os britânicos do Jungle, mas nas outras faixas é possível ouvir um pouco do ato berlinense Parcels e até as baladas dos australianos do Tame Impala em Quite Like, por exemplo. Mas é da tradição francesa de duos eletrônicos ou grupos do gênero que ultrapassam as barreiras da dance music, desde Daft Punk a Justice e os mais novos The Blaze e L'Impératrice, que o trabalho deles encontra suas raízes, apesar da grande influência do soul norte-americano. E se é estranho recomendar um duo que já decretou o seu fim no final de 2018, é porque, além da obra do Her – e de Capentier, é claro – sobreviver a estas questões, é bom ficar de olho no que Solf pode trazer em seus projetos solos.
Depois de dois EP’s e do álbum de estreia autointitulado com seu nome artístico Mahmundi (2016), a carioca Marcela Vale já se colocou como um dos nomes mais interessantes da nova MPB, ligando passado e futuro ao trazer nostalgia e atualização para o pop nacional do presente. A cantora, música e produtora leva as raízes da soul music brasileira para tempos atuais, com a sua roupagem eletrônica, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, faz um indie /synth pop com sintetizadores que carregam em si um som oitentista e o R&B e o funk melody noventista. É como se Mahmundi misturasse Sandra de Sá com Marina Lima e desse pitadas de Tim Maia, Fernanda Abreu, Claudinho & Buchecha e Pepê & Neném.
Em seu segundo e novo álbum, Para Dias Ruins (2018), lançado em agosto passado, o viés sentimental de suas letras permanece, mas o disco que começa levemente mais solar, ainda que menos efusivo que o anterior, se entrega a uma certa melancolia, mais expressa em faixas como As Voltas. Da mesma forma, por mais que Tempo Pra Amar seja um single romântico com cara de anos 80, perfeitamente pegajoso em seus versos, e a levada do R&B e funk do início dos anos 90 esteja em Imagem, Mahmundi se desapega um pouco da nostalgia de antes, mas não dos sintetizadores, que fluem discretamente para novas experiências musicais. A melhor faixa deste trabalho, Outono, é um soul clássico com tratamento de R&B contemporâneo e um tempero legitimamente brasileiro. Este ainda surge mais evidente no suingue do sambinha de Alegria, que abre o álbum; no reggae pop encantador de Qual É a Sua?; na roupagem eletrônica que camufla batidas de axé music e samba reggae em Felicidade; e na bossa nova que encerra o disco com Eu Quero Ser o Mar.
Para Dias Ruins (2018)
Artista: Mahmundi
Duração: 32:23 (9 faixas)
Gravadora: Universal Music International
Se a visibilidade chamada no grito por eles veio, especialmente para o baiano, com ela também as suas responsabilidades e Baco cada vez mais busca se despir desse machismo arraigado e focar melhor a sua raiva sempre latente no decorrer da sua rápida, mas potente carreira, como é possível ver no disco de estreia Esú (2017) e mais ainda em Bluesman. Levando o trap ao terreiro de candomblé, o rapper marcou sua identidade artística no primeiro álbum, não apenas na sua musicalidade que une aspectos bem regionais a tendências internacionais, mas na lírica das rimas deste amante de literatura que versa sobre religião e sexo, usando sagrado e profano para abordar questões raciais e sociais. Bebendo do blues desde o título, o novo trabalho usa como conceito o gênero pioneiro, por ser o primeiro criado por negros a ser popularizado entre os brancos e fez de seus expoentes, estrelas da música, como o BB King da faixa de encerramento, primeiro a ser visto pelo seu talento e não de ótica do preconceito.
No entanto, é justamente o racismo que não acabou desde lá que move o disco desde sua abertura com a canção-título Bluesman remetendo as consequências da desigualdade em versos sobre a “pele do crime” e Mississipi em Chamas (1988) e exaltando símbolos culturais como o artista plástico Jean-Michel Basquiat e o filme Pantera Negra (2018) e político com Obama. O discurso forte e muitas vezes autorreferente – “Vencer me fez vilão” é só um dos inúmeros exemplos – para falar do tema, de Minotauro de Borges, Kayne West da Bahia e Preto e Prata, é intercalado em dois momentos com seu lado mais sentimental e confessional, como em Flamingos e Girassóis de Van Gogh, em que seu trap romântico se mostra outra vez visceral na inconstância desse amor, sensual e passional nas suas belezas e dores, como escutado no hit anterior Te Amo Disgraça. Ainda assim, o seu romance não deixa a questão central de lado e se revela implícita em Queima Minha Pele e Me Desculpa Jay-Z.
Aliás, o nordestino antes com raiva de sua exclusão, hoje produz seu trabalho ao lado de colaboradores sulistas: o paulistano Tim Bernardes, também vocalista da banda de rock O Terno, participa de Queima Minha Pele e seu arranjo clássico que carrega em si a melancolia do blues; mesma origem de 1 L U M 3, codinome da rapper Luiza Soares que compartilha o tom romântico de Me Desculpa Jay-Z; o duo de produtores campineiros DKVPZ que se junta à cantora Bibi Caetano no toque latino de Kayne West da Bahia; e o trio paranaense de folk afrofuturista Tuyo em Flamingos. Neste panorama, é possível perceber como o álbum navega por outras influências, sem deixar de lado o samba de roda de antes ainda mais pungente em Minotauro de Borges, em uma brasilidade e baianidade que inundam o rap paradoxal de Baco: cada vez mais que o rapper afirma não pretender se adequar sua arte aos que os outros querem, é sua fluidez para outros gêneros que conquista até o público não muito afeito ao hip hop.
Bluesman (2018)
Artista: Baco Exu do Blues
Duração: 30:20 (9 faixas)
Gravadora: Baco Exu do Blues (selo independente)
Quando o jovem Justin Clarke, da região de West Ham, no leste de Londres, e de raízes caribenhas na Jamaica e em Granada, resolveu lançar sua primeira mixtape 2000 & Life (2005), dois anos depois de ser libertado da prisão ao completar 18 anos, tem-se um dos trabalhos pioneiros do que hoje é um dos gêneros musicais mais famosos do Reino Unido: o grime. A variação britânica do hip hop que mistura batidas eletrônicas rápidas, vindas do drum & bass e do dubstep, com as rimas rápidas do rap, além de influências do dancehall, surgiu justamente nesse cenário de efervescência da periferia britânica e sua população de imigrantes e seus descendentes. Sem receber o mesmo reconhecimento de seus colegas que levaram o estilo para as paradas do país, como o “pai” Dizzee Rascal, Skepta, Stormzy e tantos outros, Ghetts mantém-se fiel às suas raízes em seu novo álbum Ghetto Gospel: The New Testament (2018), lançado em setembro passado.
Ainda sob a alcunha de Ghetto – Justin só adotou o Ghetts a partir de 2010 –, ele lançou a segunda mixtape Ghetto Gospel (2007), com a intenção de dissuadir a imagem de um rap agressivo, com um tom mais calmo e o interesse em versar sobre suas relações com figuras femininas, como sua mãe, irmã e namoradas. Continuando esse trabalho no seu segundo disco, o cantor clama um novo testamento com a voz do gueto, não apenas exaltando, mas também falando dos pecados dos seus “fiéis” periféricos ou do grime. Assim, ao mesmo tempo em que celebra os colegas expoentes do gênero em London e nomes importantes do hip hop e black music norte-americana como Prince, Snoop Dogg, 2Pac em Spiritual Warfare, exige comprometimento para praticar o que prega em Preach.
Nas 17 faixas, o rapper reúne vários nomes do grime e hip hop britânicos, como o amigo Wretch 32, Donae'o, Kojey Radical, President T, Suspect, Chip e nomes femininos como Little Simz e Stefflon Don, além das cantoras indie Rukhsana Merrise, de R&B Leah McFall e soul ShezAr, que canta junto com o coral Singing Soul Sirens em Hand On The Bible, quando Ghetto Gospel: The New Testament se entrega literalmente ao gospel, como no final de Next of Kin. Nesta mesma faixa, surgem um piano e metais de um jazz ambiente, assim como arranjos de cordas e até o um toque indiano em Slumdog Millionaire. Finalizando com a delicadeza certeira do R&B contemporâneo de Black Rose, o artista faz uma exaltação às mulheres negras, geralmente desprezadas pelos próprios homens negros, parentes, companheiros ou não, através de sua filha, que pergunta por que não existem bonecas como ela, para questionar os padrões de beleza propagados pela sociedade e internalizados por seus iguais.
É assim que Ghetts assina seu manifesto de que o pode ser mais que pura exibição e descrições de violência, mas sim um testamento dos marginalizados e de sua força quando unidos.
Ghetto Gospel: The New Testament (2018)
Artista: Ghetts
Duração: 59:06 (17 faixas)
Gravadora: GIIG
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