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CCXP 2019 | Dia 1 – Mulheres reais e fantásticas

Atualizado: 28 de fev. de 2021


Vista geral dos pavilhões da São Paulo Expo tomados pela CCXP19, direto do mezanino do estande do Telecine, durante a Spoiler Night, na última quarta (4) | Foto: Nayara Reynaud

Vista geral dos pavilhões da São Paulo Expo tomados pela CCXP19, direto do mezanino do estande do Telecine, durante a Spoiler Night, na última quarta (4) | Foto: Nayara Reynaud


Nesta quinta (5), foi dada a largada para mais uma Comic Con Experience (CCXP), o maior evento de cultura pop do Brasil que, em sua sexta edição, tem a expectativa de reunir um público total de 280 mil pessoas ao longo de seus quatro dias oficiais no São Paulo Expo. A convenção que segue os moldes da San Diego Comic-Con (SDCC) é realizada de 5 a 8 de dezembro na capital paulista, mas também trouxe novamente a Spoiler Night para adiantar esta experiência para a imprensa e convidados – algo que você já está conferindo nos stories do nosso perfil no Instagram e Facebook.

No entanto, o primeiro dia aberto ao público foi marcado pelo protagonismo feminino nos destaques dos painéis do Auditório Cinemark XD ontem. A programação abriu com uma homenagem ao cineasta e roteirista Cao Hamburger, responsável pelo clássico programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum (1994-97), mas o foco da conversa era o seu novo trabalho As Five (2020), futura série do Globoplay que é um spin-off de Malhação – Viva a Diferença (2017-18), que trará as mesmas cinco protagonistas da 25ª temporada da novela teen, anos depois, tendo de lidar com a realidade das jovens adultas nos dias atuais. O maior e mais disputado espaço do evento encerrou a noite com o painel de Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (2020), no qual a diretora Cathy Yan e as atrizes Margot Robbie, Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Rosie Perez e Ella Jay Basco contaram novidades do filme e, para a euforia da plateia, exibiram a sequência inicial e um trailer exclusivo desta fantasia de anti-heroínas da DC. Os detalhes sobre as duas produções você confere a seguir.

 

Reencontro de amigas

Bate-papo sobre a nova série As Five na Arena Globoplay na CCXP19, com o criador Cao Hamburger e as atrizes Manoela Aliperti, Heslaine Vieira, Ana Hikari, Gabriela Medvedovski e Daphne Bozaski, apresentado por Paula Oliveira, do Gashow, nesta quinta (05) | Foto: Nayara Reynaud

Bate-papo sobre a nova série As Five na Arena Globoplay na CCXP19, com o criador Cao Hamburger e as atrizes Manoela Aliperti, Heslaine Vieira, Ana Hikari, Gabriela Medvedovski e Daphne Bozaski, apresentado por Paula Oliveira, do Gshow, nesta quinta (05) | Foto: Nayara Reynaud


Se foi difícil entrar a tempo do primeiro painel do Auditório Cinemark XD, “Castelo Rá-Tim-Bum: Cao Hamburger e os 25 anos da série”, devido às enormes filas causadas tanto pelo grande número de pessoas quanto por desorganização do evento, houve uma segunda chance de conferir o que deve vir de seu próximo trabalho, a série As Five, prevista para estrear em 2020 no Globoplay, em um bate-papo na arena localizada no estande da plataforma de streaming. A nova produção é derivada da temporada criada pelo realizador, em 2017, da soap opera brasileira Malhação (1995-), que, aliás, ganhou destaque antes no mesmo espaço. Como resultado das futuras comemorações pelo aniversário da novela adolescente da Globo, a conversa da “Retrospectiva Malhação 25 Anos” teve o autor original Emanuel Jacobina e atores presentes tanto no início quanto nas histórias mais recentes, André Marques, Fernanda Rodrigues, Danton Mello, Sophia Abrahão, Rayssa Bratillieri e André Luiz Frambach, relembrando suas experiências criando, atuando ou assistindo à atração.

Na sequência, foi a vez da Arena Globoplay ser tomada pelas atrizes Gabriela Medvedovski, Daphne Bozaski, Ana Hikari, Manoela Aliperti e Heslaine Vieira, ao lado de Cao Hamburger, para atiçar a expectativa de todos presentes no bate-papo com a apresentadora do Gshow, Paula Oliveira. O retorno da história de Malhação – Viva a Diferença, primeira ambientada em São Paulo e com cinco protagonistas em vez do tradicional casal, era um pedido constante do público, até que o Globoplay solicitou ao criador uma continuação da história das amigas que se encontraram no metrô, então com 16 anos. O roteirista, porém, achou que já havia explorado suficientemente a adolescência delas e que seria mais interessante abordar o “universo dos jovens adultos, da chamada geração Z”, como ressaltou o Hamburger, para observar de maneira estão as vida das Five seis anos depois.

E se o ponto de partida para a amizade de Keyla (Gabriela Medvedovski), Benê (Daphne Bozaski), Tina (Ana Hikari), Lica (Manoela Aliperti) e Ellen (Heslaine Vieira) foi o nascimento do pequeno Tonico, filho da primeira, é a morte de um parente de uma delas que as reaproxima depois de anos sem contato. A tentativa de manter o mistério sobre quem seria, porém, foi em vão quando os fãs na plateia já afirmavam que o velório em questão será o de Mitsuko (Lina Agifu), a rígida mãe de Tina. Retornando aos papéis de antes, as atrizes destacaram como suas personagens vão surgir modificadas por este tempo.

“A vida real tem seus altos e baixos”, frisou Hikari, comentando como esta perda será o estopim de um momento difícil para a Tina, que também passa por uma crise no namoro com Anderson (Juan Paiva). Já a de Keyla nunca decolou, já que a mãe solteira vive de “subempregos, porque nunca pode estudar” por causa de sua gravidez na adolescência e chega ao ponto de parar “para pensar em quem ela é”, como contou Medvedovski. Enquanto isso, Lica, considerada como “um ralo” pela própria intérprete, porque as coisas passam por ela sem que a garota se atenha a elas, “ainda não chegou na maturidade da vida adulta”, com o desprendimento que lhe é habitual até que a realidade bate na sua cara, segundo Aliperti.

E se em Malhação, Benê conquista amigas que ela não tinha até então por causa do preconceito, a jovem com Transtorno do Espectro Autista “começa a série em outro lugar”, de acordo com Bozaski. Tendo estudado música ao lado de Guto (Bruno Gadiol), com quem casou, tudo estava perfeito, mas como a vida não é assim, a atriz revelou que “todo o chão dela vai mudar, até porque, se não, não haveria história”. Para completar, Ellen está nos Estados Unidos, onde está fazendo mestrado, mas retorna para ajudar a amiga e deixa lá o seu noivo “e vocês podem imaginar o que vem disso”, especulou Vieira.

As duas atrizes ainda comentaram que alguns personagens da novela irão voltar na série e novos entram em As Five, além de Heslaine segredar a participação especial, justamente, de Sophia Abrahão na nova atração. Daphne ainda contou que coisas que aconteceram na vida delas neste ínterim foram incluídas na trama, mesmo que distribuídas para outras personagens diferentes das que interpretam. Ana ainda exaltou o texto do Cao como principal fator do prêmio de Melhor Série no Emmy Kids Internacional deste ano para Viva a Diferença, pois, além do cuidado estético, tinham os temas condizentes com o “momento político, social e histórico”, como empoderamento feminino e racismo.

O tímido realizador considera que a premiação foi fruto de um elenco e uma equipe comprometidos, ressaltando que as preocupações atuais permanecem neste outro momento da história e das personagens. “É uma geração que está encontrando um mundo muito difícil: desemprego, polarização da política, redes sociais...”, observou Hamburger, mas explicando que o drama vem acompanhado do humor, da leveza e importância da amizade que a trajetória das Five já tinham. Da mesma forma, permanece o conceito original da sua temporada de Malhação, pontua o criador, com a “ideia central da série de valorizar a diversidade com essas cinco protagonistas".

Novas parcerias e amizades

Margot Robbie ao lado das colegas de elenco Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Rosie Perez e Ella Jay Basco e da diretora Cathy Yan no painel do filme Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, mediado pela MariMoon, levando a plateia à loucura na CCXP19 | Foto: Nayara Reynaud

Margot Robbie ao lado das colegas de elenco Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Rosie Perez e Ella Jay Basco e da diretora Cathy Yan no painel do filme Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, mediado pela MariMoon, levando a plateia à loucura na CCXP19 | Foto: Nayara Reynaud


O auditório principal também deu espaço para o especialista em efeitos visuais Julien Bolbach falar de sua experiência trabalhando no novo O Rei Leão (2019), e o supervisor de efeitos Pav Grochola contar sobre Homem-Aranha no Aranhaverso (2018). O diretor Takashi Shimizu, de filmes como O Grito (2004), deu uma aula sobre o terror japonês e a Riot Games apresentou um panorama das novidades que prepara para o universo de League of Legends. E depois, foi a vez de adentrar no mundo de Gotham, já com o painel “Batman – 80 Anos”, que teve a presença de vários quadrinistas responsáveis por dar vida ao Homem-Morcego: Neal Adams, Frank Quitely, Eduardo Risso, Mikel Janín e os brasileiros Rafael Grampá e Rafael Albuquerque, que comentaram sobre a essência do personagem as diferenças de abordagem de cada um.

No final da conversa entre eles, um destaque foram as críticas de Adams ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando o quadrinista elogiava o filme Coringa (2019) por tentar entender a mente daquele homem perturbado, e encontrou uma ligação com a formação de terroristas e também presidentes. Sendo muito aplaudido pela plateia, o norte-americano exclamou estar “cansado de pedir desculpas pelo psicopata na Casa Branca”, xingando o governante, enquanto Grampá aproveitou a deixa para dizer que pede “desculpas pelo nosso”, em referência ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, transformando as palmas em ovação. E ainda sobre citações nacionais, Quitely afirmou que “São Paulo seria uma boa Gotham, mas o trânsito seria um problema para o batmóvel”.

No entanto, minutos depois, com o painel de Aves de Rapina, foi apresentada a “Gotham louca e colorida” de Arlequina segundo a visão de Cathy Yan, diretora de Dead Pigs (2018) que está à frente do novo filme da parceria DC / Warner. Os sinais já estavam presentes antes mesmo da conversa mediada pela apresentadora MariMoon começar, com patinadoras caracterizadas das personagens no palco no aquecimento com a DJ Samhara. Aliás, foi ao som da bem sugestiva canção do Yeah Yeah Yeahs, Heads Will Roll, que a vinheta em vídeo anunciou a cineasta e o nome de cada uma do elenco presente, Margot Robbie, Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Rosie Perez e Ella Jay Basco, antes que elas fossem recebidas aos gritos e “marretadas” – do brinde inflável recebido – pela plateia.

Tomando a palavra primeiro, Margot Robbie, que não tinha lido as HQ’s antes de ser convidada para o papel de Arlequina em Esquadrão Suicida (2016), revelou que está há quatro anos nessas conversas por causa de seu desejo de ver mais personagens femininas neste universo dos super-heróis. Segundo a atriz principal e também produtora do longa, Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa apresenta “uma perspectiva louca de personagens diferentes que se juntam” para formar a equipe de anti-heroínas da história. “Eu poderia contar, mas podemos mostrar”, disse a estrela instigando os fãs com a exibição da sequência inicial do filme que, com a locução da própria, mostra uma montagem da protagonista tentando superar o fim do seu relacionamento com o Sr. C, vulgo Coringa, e determinada a demonstrar a sua independência emocional de forma apoteoticamente explosiva e colorida.

Depois, foi a vez de Smollett-Bell falar de sua Canário Negro, afirmando que sua referência foi a “Dinah que nós conhecemos nas HQ’s”. Além de elogiar o trabalho de Christina Hodson, declarando que a roteirista do filme de outras produções como Bumblebee (2018) é uma de suas favoritas, Jurnee também confirmou que é a única meta-humana do time, com o seu poderoso grito. Já Mary Elizabeth Winstead destacou a energia dos treinamentos e ensaios como inspiração para a durona Caçadora.

Arriscando algumas palavras em português, a descendente de porto-riquenhos Rosie Perez disse que é “virgem como super-heroína” e que também é novidade integrar um elenco predominante feminino. A fã de boxe e UFC, particularmente dos lutadores brasileiros Amanda Nunes e Anderson Silva, ainda revelou que a sua Renee Montoya é uma “detetive muito inteligente, que ouve muita merda” e, pelos caminhos da trama, apesar da sua “ética moral, acaba trabalhando com uma psico”. Ella Jay Basco reforçou a amostra da Cassandra Cain apresentada no vídeo ao falar que ela é uma “menina levada que encontra uma família” neste encontro das personagens.

A diretora ainda ressaltou o trabalho de outros membros da equipe e do elenco, como diretor de fotografia Matthew Libatique e os atores Ewan McGregor como o Máscara Negra, o narcisista dono da boate que serve de cenário para a narrativa, e Chris Messina com um humor sutil na pele de Victor Zsasz. Basco comentou sobre o treinamento como “trombadinha”, enquanto Bell falou da preparação a partir do kickboxer, especificamente para a Canário, já que a ideia era de que cada personagem tivesse um estilo de luta diferente em cena. Antes que a conversa terminasse, foi exibido um trailer inédito e exclusivo para a CCXP, que traz como principal destaque a estilização da violência com sangue colorido e papéis picados brilhantes quase como onomatopeias visuais dos confrontos das Aves de Rapina com seus inimigos no filme que estreia em 6 de fevereiro de 2020 – na contagem regressiva feita no painel, faltavam 63 dias para o lançamento, que foi exatamente o período de produção das filmagens do título, como frisado por Cathy Yan.

 

Datas: 05 a 08 de dezembro de 2019

Endereço: São Paulo Expo (Imigrantes, São Paulo-SP)

Ingressos esgotados

*Cobertura realizada em parceria com o Feito Por Elas


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