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  • Foto do escritorNayara Reynaud

OLHAR 2021 | Dia 5 – Experimentações nacionais

Atualizado: 27 de out. de 2021

As tentativas de experimentação no cinema nacional dão o tom neste quinto dia da 10ª edição do Olhar de Cinema. As performances atravessam os documentários paulista Deus Tem AIDS (2021) e cearense/alemão Virar Mar (Virar Mar / Meer Werden, 2020), enquanto o carioca Subterrânea (2021) performa uma caça ao tesouro na cidade do Rio de Janeiro e Júlio Bressane imprime sua própria visão ao clássico machadiano em Capitu e o Capítulo (2021). Veja mais a seguir:

 

Deus Tem AIDS (2021)

O título provocativo de Deus Tem AIDS encontra o mesmo espírito de afronte em algumas das performances artísticas dos personagens seguidos pelo documentário, mas não faz dele um guia para o próprio filme. O longa que une o curta-metragista Fábio Leal, de Porteiro do Dia (2016) e Reforma (2018), e o cineasta Gustavo Vinagre, de Lembro Mais dos Corvos (2018) e A Rosa Azul de Novalis (2019), na direção não entrega a experimentação esperada por aqueles que acompanham as filmografias dos diretores. Contudo, devido ao caráter de conscientização sobre o HIV e contra a sorofobia, a escolha permite que a produção e sua mensagem possa alcançar um público maior que o habitual.


Não por menos, a obra começa com os áudios de reportagens televisivas no auge da epidemia de AIDS, na década de 1980, que influenciaram negativamente o imaginário coletivo sobre o vírus e as pessoas soropositivas, que permanece até hoje. Cabe aos personagens, desconstruir essa imagem, primeiro com seus relatos pessoais de como cada um lida, a sua maneira, com o fato de ter HIV. Depois, na forma como transformam isso em arte, nas performances registradas ao longo da montagem.


No entanto, tal recorte sobre o tema neste universo do mundo artístico paulistano se torna novamente um limitador para a sua discussão mais ampla. A lembrança por um entrevistado de que as mortes por AIDS ainda são muito altas na comunidade LGBT+, que preferiu silenciar a pauta nas últimas décadas, indica que este público-alvo deverá ser atingido pelo filme. Mas é no comentário da única mulher retratada e também nas manchetes destacadas nos créditos que se percebe onde a obra poderia expandir seu discurso para além de sua “bolha” e mostrar como o HIV é uma questão que deve ser atentada e discutida por toda a sociedade.

 

Duração: 82 min | Classificação: 18 anos

Direção: Fábio Leal e Gustavo Vinagre

Roteiro: Fábio Leal, Gustavo Vinagre e Tainá Tokitaka

Elenco: Carué Contreiras, Ernesto Filho, Flip Couto, Kako Arancíbia, Marcos Visnadi, Micaela Cyrino, Paulx Castello e Ronaldo Serruya (veja + no site)

Produção: Brasil


> Sessão – 11/10/2021 (segunda), disponível das 6h às 5h59 do dia seguinte

No site do Olhar de Cinema


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