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  • Foto do escritorNayara Reynaud

É TUDO VERDADE 2018 | Um documentário de espionagem

Atualizado: 15 de ago. de 2020


Cena do documentário Che, Memórias de Um Ano Secreto (2018) | Foto: Divulgação (Festival É Tudo Verdade)

Ao trazer à tona uma parte um tanto esquecida da biografia de uma figura tão emblemática e, contraditoriamente, estampada em tantas camisetas, Margarita Hernandez, realizadora cubana radicada no Ceará, faz disso um trunfo em Che, Memórias de Um Ano Secreto (2018), sem tentar desviar seu foco para outros momentos ou questões que não sejam este período de um pouco mais de um ano em que Ernesto “Che” Guevara desapareceu da vida pública. Isso porque realmente é curioso como, em pleno auge da Guerra Fria, o então maior símbolo vivo do socialismo no mundo se retirou do governo cubano, em 1965, e, saindo do país, conseguiu escapar do olhar dos inimigos norte-americanos da CIA e dos não tão amigos assim soviéticos da KGB durante meses, até ser morto na Bolívia, em 8 de outubro de 1967. O interesse neste excerto encoberto da trajetória de alguém cuja imagem esteve inerentemente presente na infância da diretora surgiu ao descobrir o livro do Dr. Luis Carlos García Gutierrez “Fisin”, o cirurgião dentista que realizou os processos de “mascaramento” de Guevara neste período em que ele permaneceu incógnito.

Além dele, ex-agentes da inteligência cubana detalham seus passos, em depoimentos que recontam desde a inquietude do médico argentino que se tornou um líder revolucionário em Cuba e, naquele momento sentia-se de algum modo frustrado em seu ímpeto de ação e resolvera que deveria fazer algo na África. O fracasso na guerrilha no Congo, ao não conseguir lidar com as disputas tribais e diferenças culturais da região, fez com que ele se refugiasse em Dar es Salaam, na Tanzânia, em dezembro de 1965, e começasse a sua saga secreta. Dali, partiu para Praga, pois os cubanos mantinham um bom relacionamento com o serviço secreto da então Tchecoslováquia, onde ficou meses escondido, até seguir para a frente fatídica na Bolívia, em 1966, de onde acreditava que poderia liderar e expandir um grande movimento guerrilheiro na América Latina.

Quando concentrado nos dias em Praga, Hernandez vislumbra sua discussão mais claramente política, pontuando como a herança do socialismo é bem vista ou malquista pela população tcheca, o que poderia reverberar sobre sua própria terra natal. No entanto, seu interesse é mais no homem que está ali em seu ocaso e nas peculiaridades do caso, tratado oportunamente com o tom de um filme de espionagem – um ex-agente chega até a comentar a admiração que tinha pelas histórias de James Bond. Graças à trilha sonora, à montagem que utiliza várias imagens de arquivo, incluindo as de Benicio Del Toro como a figura histórica em Che (2008), longa ficcional de Steven Soderbergh, e à leve dramatização que sustentam este clima mítico e extremamente cinematográfico dos bastidores da Guerra Fria.

 

Duração: 78 min | Classificação: Livre

Direção: Margarita Hernandez

Produção: Brasil / Fortaleza-CE

Áudio e Legendas: diálogos em espanhol, com legendas em português e legendas eletrônicas em inglês

> Estação NET Botafogo / Rio de Janeiro – 14/04/2018 às 20h30

> IMS Rio / Rio de Janeiro – 15/04/2018 às 18h00

> IMS Paulista / São Paulo – 18/04/2018 às 19h00

> IMS Paulista / São Paulo – 18/04/2018 às 21h00

> IMS Rio / Rio de Janeiro – 20/04/2018 às 14h00

> Itaú Cultural / São Paulo – 20/04/2018 às 17h00

> Itaú Cultural / São Paulo – 21/04/2018 às 15h00

> Centro Cultural São Paulo – CCSP / São Paulo – 22/04/2018 às 13h00


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